As Termas (esquecidas) da Amieira
As Termas da Amieira (ou mais concretamente o que resta delas) localizam-se no concelho de Soure, muito perto da Figueira da Foz e de Montemor-o-Velho, no meio de belos campos de arrozais.
Há relatos anteriores a 1900 que descrevem que no local existia uma capela, várias casas, hotel e vários balneários, que exploravam a milagrosa água, que recebeu vários prémios pelas suas qualidades terapêuticas, nomeadamente para as maleitas da pele. Numa altura em que a mobilidade era díficil, as termas contavam com cerca de 1200 a 1300 visitantes por ano. A água era tão abundante que, para além do uso local, chegava a ser distribuída por todo o país e exportada para África.
Os anos de ouro das Termas da Amieira duraram até à década de 30/40, altura em que o hotel das termas deixou de funcionar (diz-se que por culpa de uma praga de mosquitos dos arrozais) e desta forma as pessoas que pretendiam tratamentos eram obrigadas a pernoitar na Figueira da Foz, a uma dúzia de km em linha recta, mas longe pelos acessos existentes na altura (e ainda hoje!).
Na década de 60 já apenas funcionava o balneário principal, estando os restantes edifícios abandonados, inclusivé a capela.
Actualmente todo o complexo balneário está em ruínas. A água mineral continua a brotar, junto ao portão de acesso do antigo complexo, ignorando todo o abandono que a rodeia. Apesar de tudo são muito os carros a parar para aproveitar a qualidade daquelas águas, abandonas, mas não esquecidas.
Continua a ser um lugar mágico, onde há "peregrinos" em busca daquele elixir, que faz também a delícia de fotógrafos, escuteiros e amantes de paintball.
Na zona existem também as Termas da Azenha e do Bicanho, exploradas recentemente por pequenas unidades hotelereiras.
E a grande novidade, que surge imponente ao longe, cor-de-rosa sobre o verde dos arrozais, é um novo Palace Hotel & Spa de 4 estrelas, com cerca de 140 quartos, a nascer a 1-2 km da antiga zona termal da Amieira, prometendo devolver à Amieira a glória de outros tempos!
Já saciámos o bichinho da exploração e da fotografia com a visita às antigas termas, agora falta experimentar o poder daquelas águas aquando da abertura do novo hotel. Estamos curiosos!