Dicas de Fotografia em Viagem
Quem gosta de viajar gosta de fotografar os lugares por onde passa. São os registos das nossas memórias que acabam por ser a interpretação dos cenários que ficamos a conhecer, que gostamos de recordar e partilhar com os outros. Hoje gostaríamos de deixar aqui algumas dicas sobre a fotografia em viagem, pois tem algumas particularidades.
Começamos por um ponto fundamental: a gestão das expectativas dos viajantes, sobretudo para os amantes da fotografia. Apesar de ser importantíssimo fazer um trabalho prévio para não se perder tempo a fazê-lo durante a viagem, verificando quais os pontos de interesse para fotografar, bem como uma análise de cenários e possibilidades através das fotografias de outras pessoas, temos de ter noção das possíveis limitações que vamos encontrar e da probabilidade de não conseguirmos obter resultados idênticos aos trabalhos fotográficos que consultámos.
A verdade é que as condições variam bastante e nem sempre conseguimos apanhar “aquele” por-do-sol ou “aquela” luz fantástica. Para além disso, se estamos a viajar temos de lidar com uma logística que nem sempre nos permite estar no “local certo à hora certa” para conseguirmos tirar a fotografia dos nossos sonhos. Se o nosso objetivo é desfrutar, temos de aprender a tirar partido do que os dias nos podem proporcionar e não ficarmos “presos” à espera de determinados momentos. A fotografia de viagem deve ser entendida como um registo documental. E quem sabe pelo meio não conseguimos tirar a fotografia da nossa vida?
A dica é não procurar fazer apenas imagens artísticas, mas sim também documentais para terem um conjunto final de fotografias diversificado.
Outro ponto que achamos fundamental, e apesar de dedicarmos este artigo à fotografia e assumirmos a paixão, é não esquecerem de aproveitar a viagem. É verdade que a tendência é querermos tirar fotografias a tudo e mais alguma coisa, mas há momentos que podemos guardar apenas na nossa memória. Pousar a câmara e observar o que acontece à nossa volta, interagir com as pessoas, conhecer novas histórias, ouvir, sentir os cheiros e provar os novos sabores é essencial para mais tarde recordarmos uma viagem como uma experiência verdadeiramente enriquecedora.
Mas voltemos à fotografia.
Em relação ao material que devemos levar connosco, não vale a pena levar muito equipamento fotográfico, pois só irá tornar a viagem mais complicada e não é garantia das melhores fotografias. A não ser que sejamos fotógrafos profissionais ou que a viagem tenha como principal propósito, precisamente, a fotografia! Conhecemos muitos fotógrafos em Lisboa que preferem ter peso a mais na mochila do que se arrependerem de não ter levado equipamento que lhes faça falta!
No entanto, para o viajante comum hoje em dia as câmaras compactas e até mesmo as de determinados modelos de telemóveis podem apresentar excelentes resultados e são muito fáceis de transportar. Já os tablets geralmente têm muito pouca qualidade.
Entretanto, independentemente da máquina que escolherem, é essencial configurarem-na para a melhor resolução possível. Se têm receio de não ter memória suficiente, apostem em cartões de memória extra, até porque não vão querer estar a limitar o número de fotografias a tirar.
Aliás, é sempre bom tirar mais do que uma fotografia e experimentar diferentes ângulos. Não arrisquem uns olhos fechados ou uma foto tremida em frente a um monumento carismático ou a um cenário paradisíaco. Se não gostarem das fotos podem sempre apagar depois.
Leiam também o manual da câmara para a ficarem a conhecer melhor e aproveitarem ao máximo as suas funcionalidades.
Durante a viagem, procurem locais pouco fotografados e não tenham medo de inovar. Usem também a vossa criatividade e saiam do óbvio na forma de organizar a vossa imagem, isto é, podem destacar em primeiro plano o que está no fundo ou a pessoa/objeto que está mais próximo, encontrar um equilíbrio diferente das cores e das formas, etc.
Também não fiquem exatamente no mesmo lugar das outras pessoas e descubram novos ângulos: agachem-se, deitem-se no chão, subam para cima de um banco ou de um muro, olhem à vossa volta. “Espreitem” por portas, janelas e árvores, que podem ser usadas como moldura de diferentes cenários.
Uma dica fácil para fazer a diferença nas fotografias é não colocar a pessoa ou objeto sempre no centro. Já ouviram falar da regra dos 3 terços? É simples: imaginem a tela dividida em 9 partes iguais, em que o cruzamento das linhas e dos pontos são as áreas de maior impacto visual da foto. Algumas câmaras têm mesmo a opção de mostrar essas linhas.
Enquadrem a pessoa ou objeto a fotografar de acordo com esses pontos. Nas fotos de paisagem, o cenário tem mais impacto quando o horizonte está num desses três terços, em vez do meio da foto.
Entretanto, muita gente gosta de tirar fotografias ao por-do-sol, mas esquece-se da hora do “lusco-fusco”, que acontece no início ou no final do dia. Se aproveitarem bem a luz, vão poder brincar com ela e criar silhuetas a preto e branco e aproveitar as cores agradáveis, as sombras suaves e os detalhes que se tornam mais óbvios.Quando estiverem a fotografar olhem sempre para o segundo plano para se certificarem de que não está lá ninguém para vos “roubar a cena”, assim como algum objeto mais estranho. Se for necessário, mudem o ângulo e tentem outra composição diferente.
Uma outra dica importante na fotografia em viagem é não abusar do zoom. Ao aumentarem o zoom a imagem vai perdendo a resolução e fica distorcida, para além de aumentar as hipóteses de a foto sair tremida. O ideal, se possível, é aproximarem-se do que querem fotografar… mas não se metam em apuros!
Por fim, depois da viagem podem sempre editar as vossas imagens para torná-las ainda mais especiais. Hoje em dia não é preciso ser nenhum expert, pois existem inúmeras aplicações que o permitem fazer com facilidade, como a VSCO Cam, Photoshop Express, Pixlr Express e Snapseed, entre outros.
Bons passeios!
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