Roteiro Cultural | Palácio dos Marqueses de Fronteira
Ainda há segredos escondidos, mas cada vez menos bem guardados, aqui bem perto de nós...
E se lhe contassemos que no Largo de São Domingos de Benfica, a caminho de Monsanto, há um Palácio do século XVII, à beira da estrada, imponente, com um belo jardim, ainda habitado, mas que pode visitar... Acreditava? Pode acreditar, nós estivemos lá e queremos partilhar a experiência, porque é um recanto mágico, deste nosso Portugal, que deve mesmo visitar!
Chama-se Palácio dos Marqueses de Fronteira e é considerado um dos melhores exemplos da arquitetura palaciana do século XVII. Foi mandado construir pelo 1º Marquês de Fronteira, D. João de Mascarenhas, e inaugurado por D. Pedro em 1675.
O terramoto de 1755 foi responsável pela destruição da residência principal dos Marqueses de Fronteira no Chiado, pelo que o Palácio foi alvo de ampliação, tornando-se por essa altura residência principal da família, que ainda hoje nele habita.
Assim, o Palácio é constituído por um corpo principal do século XVII ao qual foi acrescentada uma ala no século XVIII. O Palácio pode ser parcialmente visitado, ficando excluído o espaço onde reside o actual 13º Marquês de Fronteira e a família. As visitas são sempre guiadas, por simpáticos funcionários da Fundação das Casas de Fronteira e de Alorna, que entusiasticamente nos contam a história do local. Passamos por salas cheias de história, com azulejos que mostram relatos da história da família, que se cruza com a história de Portugal. Destaca-se a Biblioteca, a Sala das Batalhas e a Sala de Jantar.
Envolvendo o Palácio, sobressaí um magnífico terraço, uma pequena e harmoniosa capela, a Casa do Fresco e os fantásticos jardins, ao qual não falta um lago com cisnes. Curiosidade, a louça da inauguração do Palácio foi toda partidinha e adorna as paredes do Terraço, junto à capela. Sim, ninguém mais podia utilizar o mesmo serviço utlizado pela família real!
Vamos para os exteriores, existem duas áreas de jardim:
- O Jardim de Vénus - o mais pequeno, num plano superior e que acompanha o Terraço do Palácio. Este jardim culmina com um recanto constituído pelo Tanque dos Ss e Casa da Água ou Casa do Fresco, numa zona que dá acesso directo ao Terraço do Palácio e à Capela.
- O Jardim Formal - o maior e com influências francesas e italianas, é limitado a Sul pelo conjunto formado pelo Tanque dos Cavaleiros e Galeria dos Reis. No Tanque dos Cavaleiros podem-se admirar dois belos e temperamentais cisnes, tirados de um qualquer filme clássico. A Galeria dos Reis surge num plano superior, com um varandim para o lago e tem estátuas dos Reis de Portugal. Por todo o mural que limita o Jardim podemos admirar azulejos com pinturas que ilustram os meses do ano, os quatro elementos e os signos do zodíaco.
Os Jardins são muito bonitos e oferecem um passeio irrecusável. Apesar de estarmos praticamente no centro de Lisboa, somos imediatamente transportados para outro tempo e local. Não fossem os prédios no horizonte e os aviões insistentemente a passar ninguém diria onde estávamos.
A fama destes jardins é conhecida além fronteiras. Há poucos dias o The Gardener’s Garden, da Phaidon Press, publicou a lista dos 250 melhores jardins do mundo. Figuram neste grupo 5 jardins portugueses, ao lado de locais emblemáticos como o Taj Mahal ou os Jardins de Versalhes, e o Jardim do Palácio dos Marqueses de Fronteira surge orgulhosamente nesta lista.
Os bilhetes são comprados no local e as visitas são sempre guiadas. Os horários das visitas são 10h30m, 11h00, 11h30 e 12h00 (Junho a Setembro) ou 11h00 e 12h00 (Outubro a Maio). O Palácio encerra ao público aos Domingos e feriados. Pode optar por visitar o Palácio e os Jardins pelo preço de 7,5€ ou apenas os Jardins por 3€.
Site oficial: http://www.fronteira-alorna.pt/